GATO NO POTE – É uma tradição carnavalesca algures no norte de Portugal, em que um gato é colocado dentro de um pote de barro. O pote é içado por umas cordas ao topo de um poste, na base do poste faz-se uma fogueira, após o que se lança fogo às cordas que suportam o pote com o gato lá dentro, as cordas ardem, o pote cai em cima da fogueira, o gato foge esbaforido, certamente chamuscado pela chamas da fogueira e a multidão urra de contentamento e acaba a beber uns copos, enquanto o gato deve ir lamber as feridas para outra freguesia.
QUADRILHAS
JUNINAS
Nos
salões do império, era a quadrilha a primeira dança a ser executada, preferida
da classe palaciana, pois a elite brasileira vivia voltada para a Europa,
principalmente a França, copiando modelos de roupas, comidas, leituras e até os
gestos. Portanto, a quadrilha no século XIX se tornou a dança predileta. A
quadrilha se popularizou, invadiu a zona rural e embora esteja em extinção no
sul do país, é muito forte em todo o estado de Sergipe nos períodos juninos. A
indumentária é colorida e confeccionada com matéria-prima tipicamente nordestina,
couro, rendas, brim, viés, fitas, espuma e napa.
Casamento na Roça ou Casamento Matuto, como é mais
conhecido pelos potiguares, é um grande aliado das festas. Cultura e tradição
são mantidas intactas. Tudo é exagerado e jocoso. Geralmente a noiva é "barrigudinha",
caracterizando a "pressa" dos noivos e a pressão dos pais da noiva e
do delegado.
As festas juninas têm início no dia 13
de Junho, atingindo seu ponto mais alto no dia 23 e terminando no dia 29. No
campo, o homem faz uma pausa em seus trabalhos e se volta para Deus. A fim de
pedir sua benção para a colheita próxima. Usa para tal os espíritos superiores,
aos quais tem devoção, Santo Antônio, São João e São Pedro. Nessa época reina
os festejos juninos, tudo muito caipira e cheio de comidas típicas, cada uma
referente a uma região.
BONECOS MAMULENGO
Mamulengo é uma espécie de
divertimento popular que consiste em representações dramáticas, por meio de
bonecos, em um pequeno palco ligeiramente elevado. Por detrás do pano
escondem-se uma ou duas pessoas adestradas, fazendo com que os bonecos se
exibam com movimento e fala.
MALHAÇÃO DE JUDAS OU
QUEIMA DE JUDAS
Malhar o Judas é uma prática ainda muito
comum no Brasil, apesar de o costume praticamente ter sido banido das grandes
cidades por falta de locais adequados e dos perigos que representa. No interior,
entretanto, a tradição continua viva, e os bonecos de palha ou de pano,
pendurados em postes de iluminação pública e galhos de árvores, são rasgados e
queimados no sábado de Aleluia.
Tradição
popularíssima na Península Ibérica, radicou-se em toda a América Latina desde
os primeiros séculos da colonização européia. No Rio de Janeiro oitocentista,
os judas - com fogo de artifício no ventre - apareciam conjugados com demônios,
ardendo todos numa apoteose multicolorida que o povo aplaudia.
O Judas
queimado é uma personalização das forças do mal e constitui vestígio de cultos
agrários, em muitas partes do mundo. Vários historiadores registraram o uso,
quase universal, de festas de alegria no início e fim das colheitas, para obter
melhores resultados nos trabalhos do campo.
Queima-se
um manequim representando o deus da vegetação. Pela magia simpática, o fogo é o
sol e o processo se destina a garantir às árvores e plantações o calor e a luz
indispensáveis, submetendo a figura ao poder das chamas. O sacrifício do mau
apóstolo é, então, uma convergência de tradições vivas no trabalho agrícola.
No
Brasil, é costume antigo fazer-se o julgamento de Judas, sua condenação e
execução. Antes do suplício, alguém lê o "testamento" de Judas, em
versos, colocado especialmente no bolso do boneco. O testamento é uma sátira
das pessoas e coisas locais, com graça oportuna e humorística para quem pode
identificar as figuras alvejadas.
Judas, apóstolo traidor, cognominado
Iscariotes por ser oriundo de Carioth, cidade ao Sul de Judá, já um ano antes
da Paixão de Jesus tinha perdido a fé no Mestre, mas continuava a acompanhá-lo
por comodidade e para ir furtando do que ofereciam aos apóstolos.
Obcecado pelo dinheiro, antes de se
afastar de Cristo, resolveu entender-se com os sinedritas - membros do
Sinédrio, conselho supremo dos judeus -. Judas assistiu ainda à última ceia,
BOI
CALEMBA
Uma das
principais manifestações brasileiras, que provavelmente surgiu no final do
século XVIII, por influência da tradição portuguesa e dos faraós do Egito
(adoradores do Boi Ápis, deus da Fertilidade), e que logo se espalhou por todas
as regiões do nosso país, com diferentes nomes e interpretações. Este auto
relata a história de um casal de negros retirantes que robou uma novilha de
predileção de uma fazenda, a matou e a repartiu com os outros negros. O
fazendeiro, dono do boi, ficou tão desolado que mandou chamar um índio
feiticeiro para que, na sua presença, com algumas palavras sagradas, o fizesse
ressuscitar.
Boi-Bumbá,
Bumba-meu-Boi, Boi-de-Reis, Bumba-Boi, Boi-Surubi, Boi-Calemba ou Boi-de-Mamão,
são nomes dados a essa manifestação que tem na figura do boi o personagem
central, representado por uma cabeça de boi empalhada, ou modelada, e de corpo
feito de papel ou de pano colorido e muito enfeitado. A dramatização é feita
geralmente nas praças públicas, onde começam fazendo uma louvação religiosa. Ao
som de cantigas entoadas por cantadores do conjunto musical que os acompanham,
entremeiam-se pequenos quadros em que os atores representam suas preocupações
cotidianas, sendo que no final o boi sempre ressuscita e sai dançando no meio
de todos.
Segundo Deífilo Gurgel, o Boi
Calemba se diferencia dos outros brasileiros e não tem enredo, por ter se
descaracterizado, "limitando-se o brinquedo hoje, pelo menos em Natal e
Do elenco se destaca o Mestre
que, quase sempre, é o dono do espetáculo. Deifilo Gurgel conta que "os
antigos Mestres de Boi Calembra de Ceará-Mirim e São José de Mipibu vinham a Natal
contratar seus espetáculos empunhando uma espada desembainhada", porque a
espada simbolizava o poder.
Outros personagens: os Galantes
são em número de quatro a oito. As duas damas são, na realidade, dois meninos
vestidos de mulher. Os mascarados possuem os seguintes nomes: Mateus, Birico e
Catirina.
Entre as figuras, podem ser
citadas: Burrinha, Bode, Cheque, Gigante e sua mulher Dra. Maria Zidora da
Conceição Pia.
Como
disse Deífilo Gurgel, natural de Areia Branca-RN,nascido a 12 de outubro de
1926, filho de
Juvenal dos Santos Sobrinho e de Dalila dos Santos Gurgel, "O Boi é
a figura central do folguedo. É o último que se apresenta. Depois que ele sai de
cena, cantam-se as despedidas".
Como se pode verificar neste trabalho
que